Bistrô Árabe Casa de Abrahão


Passar a tarde de sábado na Casa de Abrahão:
programa que não tem preço...
Hoje a cadeira voadora esteve em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em companhia do Onofre, para conhecer a culinária do Bistrô Árabe Casa de Abrahão.

Se você não conhece a região, não pode imaginar suas belas paisagens. Fica bem ao lado do Condomínio Retiro do Chalé, perto do restaurante O Topo do Mundo e de uma das melhores rampas de decolagem de voo livre do Brasil, de onde, todo final de semana, partem coloridos e sedutores paragliders. A temperatura é sempre mais amena que na capital mineira, que fica a cerca de 30km. Na região há boas pousadas, excelentes restaurantes, cachoeiras e muito mais.

Não vá com chuva. A estrada é íngreme, estreita e cheia de curvas. E há um trecho em terra. Mas com céu claro o programa não tem preço.

A entrada é larga o suficiente para a passagem
da cadeira de rodas.
O bistrô tem acesso* para cadeirantes. A entrada é larga o suficiente para a passagem da cadeira. Dois degraus na porta de entrada são vencidos facilmente com ajuda. Mas ao lado há também uma rampa, que é bastante íngreme e à qual se tem acesso por um canteiro de britas. Só quem anda de cadeira sabe que é quase impossível circular sobre britas… Então, preferi os degraus!

Também é possível ter acesso ao banheiro, por outra rampa íngreme (mas é rampa, e não escada, o que é lucro). Ele não é adaptado, é pequenininho, e é preciso não ter nenhuma deficiência nos braços para dar conta de fazer a transferência da cadeira de rodas para o vaso sanitário. Então, se não for o seu caso, melhor esquecer a cerveja…

Fontezinha relaxante no centro de um dos salões.
O ambiente é delicioso. Ao chegar, já sentimos o maravilhoso impacto do silêncio presente na mata da Serra da Moeda, que envolve a casa. No interior, recantos para todos os gostos: bancos com almofadas cercados de cortinas tornam alguns ambientes propícios para quem quer estar mais à vontade com seu grupo de amigos ou com seu amor. Há mesas com quatro lugares e outras bem maiores. No centro de um dos salões, uma fonte jorra água todo o tempo, tornando o ambiente bem relaxante. Na área externa, um banco cheio de almofadas e mais mesas. Tudo decorado com adereços árabes. Para completar, música da melhor qualidade.

Onofre e eu bem felizes...
O cardápio é bastante atraente e variado. Como entrada, pedimos um conjunto de três pastas acompanhadas de pães-folha (assados na hora, com pitadinhas de canela: indecentes!). As pastas são: babaganuche (pasta de berinjela defumada), homus (grão-de-bico com tahine) e mhamara (pasta de pimentão vermelho). Tudo muito, muito bom. Como prato principal, traçamos um cuscuz marroquino com paleta de cordeiro (para o Onofre) e com frango (para mim). O cuscuz foi preparado com damascos, ameixas pretas e legumes. Bem saboroso.

Sabor delicado, mas marcante.
Pedimos um drink preparado com suco de laranja e arak, bebida típica árabe, aromatizada com anis. Eu achei boa demais, o Onofre achou um pouco forte. Infelizmente não me recordo o nome da sobremesa, mas trata-se de uma espécie de manjar com calda de rosas vermelhas**.

Rampinha íngreme na entrada. E britas!


Fomos recebidos pelo próprio Abrahão, que nos comunica em seu blog: “Para cozinhar, primeiro, é preciso aprender a comer. Foi comendo as delícias de minha avó Rosa e tia Leninha que aprendi os pratos mais conhecidos da cozinha árabe. O resto foi meio que por conta própria, porque cozinhar é vigiar fogão e ousar. Sou, portanto, apenas um cozinheiro que tem amor pelo que faz!”. Bem, verificamos que o amor pelo que faz torna seus pratos muito saborosos. Ele é assessorado pela irmã, que também nos recebeu muito bem.

Foram três agradáveis horas de sabor, beleza, sossego e boa conversa. Recomendamos!


O melhor pão-folha que já experimentei. Feito
na hora, exala o aroma delicioso das especiarias





** Atualização em 7/2/2011 - Memória é uma coisa misteriosa. Me lembrei do nome da sobremesa: malabie. Sabor delicadíssimo e inesquecível. A gente esquece só o nome!

* Quando digo que o restaurante tem acesso, não estou utilizando a palavra em seu sentido técnico, nem levando em consideração normas da ABNT. Segundo o dicionário Houaiss, uma das acepções para a palavra acesso é possibilidade de chegar a. Foi nesse sentido que utilizei o termo, querendo dizer que é possível entrar no restaurante usando cadeira de rodas, porque a porta é larga o suficiente e há uma rampa, embora íngreme. Ou se pode entrar pela porta principal, superando dois pequenos degraus. Nada que ofereça risco ou que inviabilize a experiência de degustar os pratos do Abrahão!





Comentários

  1. Que bom, Juliana, porque eu adoro voar e depois compartilhar tudo aqui no blog! Beijos

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