Mercado Central de BH: tradição das Minas Gerais ao alcance das nossas rodas

Estas bancas de frutas são típicas do Mercado Central. Você vai encontrar várias delas!
(Todas as fotos pertencem ao meu acervo pessoal.)

Mercados são queridinhos dos turistas em muitos lugares, como em Salvador ou São Paulo, por exemplo, por tornarem disponível uma produção típica da região onde se localizam.

Em Belo Horizonte, nosso Mercado Central também vale uma/várias visitas. São mais de 400 lojas, e uma grande parte oferece tradição mineira na veia. Queijos e cachaças artesanais, ervas, pimentas, doces, temperos, botecos e restaurantes com a culinária típica das Minas Gerais: carne de sol, frango com quiabo ou ora-pro-nóbis, pastel de angu, pão de queijo, broa de fubá. Precisa mais? 


Outra cena típica do Mercado: artigos para cozinha. Canecas esmaltadas que eu amo,
panelas de pedra e de cobre... e muito mais!


Além disso, nele encontramos frutas, legumes, cereais, artesanato (cestaria, por exemplo), panelas de pedra, flores, produtos naturais e dietéticos e muito, muito mais.

É comum o belo-horizontino se dirigir ao Mercado Central quando deseja adquirir um produto de qualidade, mas não vá achando que os preços sejam convidativos. De modo geral, seguem o padrão dos bons supermercados da capital – ou seja, são altos, com algumas exceções, que devem ser garimpadas.

O preço do estacionamento também é alto. Por isso, se pretende ficar mais de uma hora, sugiro avaliar se vale a pena ir de Uber.


Vagas protegidas por cavaletes


Agora, o que mais nos interessa: o Mercado Central de BH é acessível para os cadeirantes?


Muito longe da perfeição

Se você for de carro e optar pelo estacionamento, vai encontrar vagas reservadas para cadeirantes. Algumas vezes em que estive lá, estavam protegidas por cavaletes. Em outras, estavam todas ocupadas. Se eram pessoas com direito a elas, não sei dizer, mas posso dizer que estavam sem o cartão comprobatório.

Não há fiscalização, e sabemos que sem ela as pessoas costumam parar nos locais reservados… Portanto, se pretende parar lá, não vá em dias e horários de maior movimento, como no sábado, por exemplo, para diminuir as chances de se aborrecer.

Há dois elevadores, e as vagas reservadas ficam próximas a um deles, onde está o caixa para pagar o estacionamento, perto da entrada/saída.

O Mercado tem dois andares. O térreo é o andar das lojas; o andar superior é o do estacionamento. No térreo, há uma parte mais elevada (mais ou menos um mezanino), onde está localizado o corredor do artesanato. Temos acesso a ele por rampas íngremes – ou por uma plataforma elevatória para cadeirantes que funciona! Bem, funcionou no dia em que precisei dela... =) 


Plataforma elevatória no andar do artesanato, ao lado da rampa .
(Localize a plataforma no mapa no final do post. Ou clique aqui.)


Não verificamos se todas as entradas permitem o acesso de cadeirantes, mas garanto que estas não têm obstáculos (localize no mapa):

  • Portão 1: Av. Augusto de Lima, em frente ao Minas Centro (tem um trilho onde se encaixa a porta de metal; por isso pode oferecer um pequeno obstáculo para alguns cadeirantes)
  • Portão 3: R. Santa Catarina
  • Portão 4: Av. Amazonas
  • Portão 8: R. Curitiba, esquina com Av. Augusto de Lima


Entrada sem obstáculos na Rua Curitiba esquina com Av. Augusto de Lima.


Não é difícil transitar pelos corredores, mas, como não são muito largos, nos horários de pico pode ficar impossível circular. Alguns intermediários são mais estreitos: evite-os! 

É importante lembrar que não é impossível encontrar lixo orgânico no piso, ou mesmo piso molhado; portanto, muletantes e idosos devem ficar muito atentos para não escorregar.


Observe o corredor limpíssimo. Mas não é sempre assim. Esta área tem menos movimento,
então se conserva mais limpa.


O mapa permite encontrar uma ou outra coisa, mas, como o site do Mercado avisa, o local é “um organismo vivo e sofre alterações com certa frequência”. E completa, de forma perfeita: “O melhor a fazer é deliciar-se passeando sem compromisso pelos corredores e descobrir cada canto”. Assino embaixo.



Esta loja de itens para casa é uma das poucas que oferece rampinha. Parabéns pra ela!

O cadeirante não terá condições de entrar em muitas lojas, pois são bem pequenas, e algumas têm um pequeno degrau (que pode variar entre 3 a 15cm; não há uniformidade). Mas passear pelos corredores, parar para comer um pão de queijo ou uma broa, comprar um queijo artesanal ou uma cachaça para presentear alguém já constituem um excelente programa. Vai por mim!

Mas não vamos ficar só nisso, né? Precisamos almoçar, pois a caminhada dá fome…


Entrada do restaurante Casa Cheia (ainda bem que vc já está acostumado com minhas fotos desfocadas).
Fica no corredor de artesanato. Á direita, há uma rampa, que te mostro abaixo.

À direita da rampa, no alto, o restaurante. Embaixo, à esquerda, a entrada para os banheiros.
Está lhe parecendo muito bagunçado? É assim mesmo.


Casa Cheia

O restaurante Casa Cheia é considerado um dos melhores do Mercado, e não é por acaso que tem esse nome. 

Mesas estão disponíveis, não somente balcão, e há espaço para acesso com cadeira de rodas não muito grande. Mas fique atento: quando a casa está de fato cheia, fica impossível circular. Por isso, sugiro que chegue cedo (no máximo até 11h30) e fique posicionado próximo à entrada.  

Pode pedir a caipirinha sem medo: estava ótima. Mas não abuse, pois é forte!

Nas panelinhas (ao lado dos pratos), o frango com angu, ora-pro-nóbis ou quiabo. O restante
vem no prato. Parece simples? Só parece. Estava tudo muito saboroso, indicando capricho
no uso dos temperos e respeito ao tempo de cozimento.

A comida é muito saborosa, e a caipirinha estava ótima. Comemos frango com quiabo (Onofre) e frango com ora-pro-nóbis (eu): aprovadíssimos. Os frequentadores são simpáticos, e o ambiente é animado e alegre.

Há um cardápio fixo e outro que muda diariamente. Informe-se. Aceita cartão de crédito.

Casa Cheia: (31) 3274-9585


Clique nos links abaixo para saber mais sobre o restaurante:



Parte da fila que se forma na entrada, por volta de 12h30...


Dê uma rápida olhada no cardápio... Desfocado, pra variar... =(



Ah, o banheiro…

Bem, chegou a hora de avaliar o banheiro. Eu já o conhecia de outras idas ao Mercado, mas agora estava atenta aos detalhes, a fim de informar você.

Puxa vida! O banheiro deixa muito a desejar!

À esquerda, debaixo da placa amarela, está a entrada para os banheiros. Desça a rampa,
depois entre à direita. No fundo, está a Central de Segurança. Veja a foto a seguir.


Não, não é o fim do mundo! Relaxe! Não dá pra vc ler, mas na placa branca, ao alto, está
escrito "Central de Segurança". É lá que vc pega a chave para o banheiro de cadeirantes. 

Talvez haja alguma barata por lá, não se assuste...


Bem, pra não dizer que não falei de flores, começo pelos aspectos positivos:

  • O Mercado tem banheiro "adaptado". Ufa!
  • O sanitário para cadeirantes está separado dos convencionais; não é necessário pagar, nem passar pela catraca. Pega-se a chave na Central de Segurança (veja as dicas nas fotos acima).
  • O acesso é por rampa.
  • Tem barras de segurança e lavatório que permite aproximação.


Pontos negativos:

  • Até chegar ao banheiro, passamos por uma área com lixo, desorganização, péssimo aspecto.
  • O banheiro não estava limpo.
  • A caixa de esgoto (dentro do banheiro) estava com a tampa danificada (faltando pedaço!!!). Dela saiu uma barata! Isso significa que meu xixi ficou muito comprometido, muito mesmo! Não saí correndo por razões óbvias. Ainda não tive tempo de entrar em contato com a administração para fazer uma queixa, mas isso será feito.

Barras de segurança ao lado do vaso sanitário, que não tem a famigerada abertura frontal


A caixa de esgoto sob a pia está danificada. Pelos buracos, saem baratas. Puro desleixo.
Não pode  ser complicado nem caro fazer a substituição...


Bichos presos à venda

Bem, deixei para o final a parte feia do Mercado: um comércio de animais vivos de provocar depressão. Bichos enjaulados, produzindo uma algazarra triste. 

Além do sofrimento dos animais, há riscos no que se refere à higiene, pois dividem o espaço com lojas onde são comercializados alimentos. Movimentos de proteção aos animais já tentaram acabar com esse comércio, mas até agora não houve sucesso. 

Esperamos que o futuro traga a conscientização, para que esse problema seja sanado e deixe de envergonhar os mineiros. (Clique nos dois links acima para ler reportagens sobre o assunto.)

Mais artesanato em cena típica do Mercado


Passado o trauma do banheiro e dos bichos, posso garantir que o Mercado vale sua visita. Leve algum dinheirinho para as compras e aproveite! E se prepare para cruzar com gente de todos os tipos, de todas as classes sociais, idades e aparências! 


Ah! O mapa do Mercado foi montado por mim a partir das imagens do site, muito difíceis de consultar, porque não ficam do tamanho que a gente precisa ou quer (são rebeldes):


Clique na imagem para ampliá-la. Se quiser fazer download, para poder
ampliá-la ainda mais, clique sobre ela com o botão direito do mouse.


Este é o mapa acima ampliado. Circulei a plataforma elevatória que dá acesso ao corredor do
artesanato (à esquerda) e a rampa que dá acesso ao restaurante (à direita). No pé da rampa, os banheiros.



Para saber mais:





Comentários

  1. PARABÉNS PELA DICA!!!

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  2. PARABÉNS PELAS INFORMAÇÕES, VALDECIR PROCHNOW, TETRAPLÉGICO DE RO CLARO/SP

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    Respostas
    1. Seja bem-vindo, Valdecir! Obrigada pelo incentivo!

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  3. selma guerra14/12/2013, 20:00

    Adorei seu giro pelo Mercado Central. Vou algumas vezes ao Casa Cheia para comer bife de fígado; uma delícia!!! Gosto de ver tb as bancas de frutas e legumes. Bj

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    Respostas
    1. Já vi que tem muita gente apaixonada pelo Mercado, Seima!

      Obrigada pela visita! Beijos

      Excluir
  4. denise martins ferreira14/12/2013, 23:00

    Laura, parabéns pelo blog, parabéns pela reportagem que fez. Muito legal ! Adorei!

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