Adquirindo um carro com isenção - A novela - 2° capítulo

Toneladas de documentos!
Para adquirir um automóvel com isenção de impostos é necessário providenciar uma tonelada de documentos exigidos pela Receita Federal e pela Receita Estadual. Quem, como eu, não tem talento nem saúde para lidar com questões operacionais e burocráticas deve contratar um despachante especializado no assunto. Fiquei sabendo que em Belo Horizonte há cinco ou seis, e eles poderão ser indicados pela concessionária de sua escolha.

Mesmo contratando um despachante, você não ficará isento de trabalho, pois terá de fornecer documentos e até mesmo ir a um órgão público ou outro, dependendo das modas inventadas à época, das novas exigências, etc. Por exemplo: eu mesma tive de ir buscar, na Receita Federal, o documento com a isenção de IPI. Caso contrário, teria de fornecer uma procuração autenticada em cartório, o que no fim das contas representaria a mesma mão de obra.

E fique atento: solicite ao seu despachante uma relação POR ESCRITO dos documentos a serem providenciados e das etapas a vencer. Isso reduzirá sua ansiedade e evitará aborrecimentos. No meu caso, quando fui à concessionária encomendar o carro, no dia 22 de dezembro, o vendedor me comunicou que faltavam alguns documentos, que não estavam à mão porque a despachante que me assessorou se esqueceu de me avisar a respeito. Resultado: na semana do Natal, eis esta maluca, em companhia da mãe (que, evidentemente, foi sumariamente raptada), no centro de Belo Horizonte (que, evidentemente, estava abarrotado de gente nessa época do ano), em busca de cartório, a fim de dar sequência ao processo antes que o ano terminasse e viesse o famigerado recesso (ocasião em que todo mundo some do mapa…).

Então, porque ninguém merece passar por isso, esteja atento.

Como certamente nenhum de nós fez estágio no Cirque,
é melhor que a porta abra o suficiente
para não termos de fazer contorcionismo
Com a documentação pronta, o passo seguinte é ir à concessionária encomendar seu próximo companheiro de jornada, que, com certeza, a estas alturas já deverá ter sido escolhido com muito critério. Não é demais alertar para o fato de que tudo no carro deve ser avaliado. O porta-malas tem espaço satisfatório para a cadeira de rodas? A porta se abre o suficiente para você entrar sem ter de aprender contorcionismo com o Cirque du Soleil? A altura do banco permite que faça a transferência da cadeira para o carro sem risco de queda e sem excesso de esforço? Você consegue manter uma boa postura ao volante, de forma confortável, alcançando todos os instrumentos?

Da mesma forma, a adaptação deverá ser escolhida com o critério devido. O equipamento lhe permite operá-lo com conforto? Não se esqueça de que nós, que temos uma deficiência, estamos sujeitos a lesões por esforço, entre outras, em razão das dificuldades posturais e musculares.

Pesquise bastante antes de comprar
Além disso, a adaptação deve ser segura, é claro. Pesquise com outras pessoas antes de comprar; converse, converse, converse. Evite levar em consideração somente uma ou duas opiniões. Por exemplo: minha adaptação anterior me deixou na mão duas vezes em dois meses, quando corri grande risco de sofrer um acidente. Estava dirigindo quando o cabo do acelerador arrebentou, com pouco tempo de uso. Após isso, verificamos que estava esgarçado. A pessoa que o instalou não se responsabilizou pelo dano; afirmou que era falta de sorte minha. Contudo, conheço muitas pessoas com deficiência e, ao comentar o fato, vi que a ocorrência era mais comum do que eu pensava.

Por causa disso, agora substituí minha adaptação (freio e acelerador manuais; não há adaptação de embreagem, porque o carro tem câmbio automático) por uma de outro fabricante, comprada na Pinguim, em Belo Horizonte, com o Luiz Paulo. No próximo post, conto mais…


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