“Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro…”
Em novembro, no Rio, curtindo bons restaurantes na Rua do Rosário |
Ir ao Rio a turismo era um
grande desejo meu. Tão perto, tão longe… Ia passando outros passeios na frente,
e o Rio ia ficando. Já conhecia a cidade, mas havia ido para congresso ou
bienal do livro, jamais a passeio.
Lembro-me bem da primeira vez,
há cerca de 17 anos. Do hotel até o local do congresso, ia de ônibus, num bom
trecho ao longo da praia. Meu coração ficava apertado diante de tanta beleza, e
as lágrimas rolavam. Eu sou assim mesmo: beleza me faz chorar.
Agora, eu tinha bons motivos para
não mais adiar a viagem. Tudo conspirava a favor. Estava com tempo, tinha boa
companhia e queria muito conhecer o projeto Praia Acessível, passar pente fino
no centro histórico e conferir a acessibilidade do Forte de Copacabana, da qual
havia me falado a arquiteta Claudia Aguiar em um comentário neste blog. Além disso,
queríamos conhecer alguns restaurantes indicados pela Constance Escobar e pelo
Riq Freire (abrir mão de conhecer bons locais para comer, jamais!).
Josane e eu planejamos
desembarcar no Aeroporto Santos Dumont, para entrar no clima já na chegada à
cidade, com a vista impagável da Baía de Guanabara: Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara… É, a canção do
Jobim não me saía da cabeça…
Que delícia: o Samba do Avião, na voz de Miúcha,
com participação do Tom...
Numa série de posts, você vai
acompanhar todas as nossas aventuras pela cidade mais linda do mundo! (Foi uma
aventura mesmo, não duvide.)
É lindo demais, não? (Imagem: www.historiadorio.com.br) |
Companhia aérea
Apesar de todos os defeitos que
muita gente aponta na TAM, em minha opinião ela ainda é a companhia mais
competente no que se refere ao transporte de cadeirantes. Os funcionários são
bem treinados e isso nos deixa mais seguros para viajar. Não tive nenhum tipo
de problema: minha circulação em Confins e no Santos Dumont foi cuidadosamente
assistida, com gentileza e competência.
Quanto ao aeroporto, espero um dia não ter histórias de abuso para contar: em Confins, no embarque nacional, o banheiro para
cadeirantes estava desativado, por causa das obras para a Copa de 2014.
Imaginem a trabalheira para utilizar o banheiro do embarque internacional sem
ter de passar pela Polícia Federal! Não estava acreditando que teria de passar
por isso para fazer xixi, mas foi o que aconteceu.
Hotel
Ficamos no Windsor Astúrias, na
Cinelândia, pertinho do aeroporto e a dois passos (ou duas rodadas) de tudo o
que queríamos conhecer no centro histórico. Linda vista do último andar!
Veja os prós e os contras no
que diz respeito às facilidades para cadeirantes:
Prós:
·
Staff
atencioso e proativo. Todas as nossas dificuldades foram resolvidas
prontamente.
·
Quarto acessível, com espaço (não muito, mas suficiente)
para a circulação com a cadeira.
·
Banheiro espaçoso, pia com espaço frontal,
espelho baixo o suficiente para utilização pelo cadeirante, barras de segurança
no vaso sanitário, porta de correr muito leve, perfeita.
·
Cadeira de banho à disposição.
·
O box tem barras de segurança e duas
saboneteiras! E não é fechado com vidro, e sim com cortina, o que facilita a
transferência.
Contras:
·
A ducha é ridícula: sai água apenas na
periferia, e não no centro. Isso faz com que a água se espalhe por todo lado,
mas não caia onde você quer… Infame.
·
Se você não se adaptar à cadeira de banho, eles
não têm opção a oferecer. Como as Lojas Americanas ficavam perto, comprei um
banquinho de plástico. Está lá, caso você queira utilizar…
·
O controle do ar-condicionado fica alto e sobre
uma das camas, completamente inacessível.
·
Só há 2 apartamentos adaptados, e ambos em
andares para fumantes. Tivemos de pedir socorro, porque o mau cheiro era
insuportável. Fizeram alguma mágica, eu acho. O fato é que o cheiro sumiu.
Transporte
Táxis: Grande
parte é movida a gás, com aquele famigerado cilindro no porta-malas, o que não
permite o transporte da cadeira de rodas. Ligue para um rádio-táxi ou tenha
paciência… Uma hora aparece um com a mala vazia.
O ideal é que você saiba
indicar aonde quer ir, com o maior detalhamento que for possível. Pegamos taxistas
que ficaram dando voltas com o pretexto de que não conheciam o endereço. Mas justiça
seja feita: um deles, que de fato não conhecia o endereço, quando estava nas
proximidades desligou o taxímetro para procurar o local sem nos trazer
prejuízo. Como eu sempre digo, gente boa existe em qualquer lugar, e o mundo
está cheio dessas pessoas, graças a Deus!
Assim, se você não estiver com smartphone ou note book para consultar o Google
Maps, pegue um mapa na recepção do hotel. Dessa forma, você poderá se virar bem
a pé e será menos enganado quando pegar táxi…
Josane e eu almoçando na Confeitaria Colombo do Forte de Copacabana. Deleite! |
Metrô: Sim,
andamos de metrô para vários lugares! E isso tudo por causa de uma informação
equivocada, mas bem intencionada, que recebemos na recepção do hotel. Josane
queria ir a uma determinada loja, e o rapaz nos garantiu que não precisávamos
pegar táxi, pois a estação do metrô era “logo ali” e tinha elevador. Andamos a
praça da Cinelândia inteira, no meio do povo que se preparava para uma
manifestação contra a divisão dos royalties. Perguntamos às pessoas
comuns, a policiais, a seguranças de edifícios: ninguém jamais tinha visto um
elevador em nenhum dos acessos ao metrô na Cinelândia. Foi então que dois
simpáticos policiais resolveram nos ajudar a descer as escadas rolantes com a
cadeira de rodas. Como nós somos loucas e amantes da aventura (bem, essas características pertencem a mim, não à pobre da Josane, que foi arrastada…), lá
fomos nós para debaixo da terra.
Ao atingir o subsolo, ficamos conhecendo os seguranças do metrô, que são disponíveis, gentis e
bem preparados para informar e auxiliar pessoas com deficiência. A partir de
então, não tivemos mais problemas para circular. Nas
estações onde não há elevador, nem plataforma elevatória, eles estão sempre à
disposição para alterar o sentido da escada rolante e nos transportar de forma
segura. E isso é necessário principalmente aos domingos, quando vários acessos estão fechados. Procure se informar antes de sair do hotel.
Ah! Na
estação de Ipanema encontramos até mesmo banheiro semiacessível (!?). Dava para
entrar na cabine para cadeirantes, mas a porta não fechava! Bem, foi possível usar assim mesmo… Josane tirava a cadeira de rodas para que eu pudesse fechar a porta...
Por
hoje é só! Não perca os próximos posts sobre:
· Aborrecimentos no Theatro Municipal
· A bela exposição sobre a Índia no CCBB
· Restaurantes ótimos!
· Cadê a praia acessível que estava aqui?
· Forte de Copacabana e Confeitaria Colombo
Prepare sua viagem ao Rio com a
assessoria competente de:
Laura querida muito interessante sua trajetória ao Rio de Janeiro. Uma coisa que pode ajudar é a existência de uma central de taxi adaptados que totalizam 38 veículos para atenderem pessoas com deficiência. Vou resgatar a informação do telefone da central pois em um evento que fui ao Rio eu só andei com estes veículos, onde os motoristas são treinados, operam os elevadores com muita tranquilidade e ainda nos posicionam no veículo com cintos de segurança na cadeira e conosco nelas. É realmente seguro..
ResponderExcluirVoltando com a informação eu posto aqui para voce e todos que aqui frequentam
beijos
Kátia
Oi, Kátia, querida!
ResponderExcluirObrigada pela informação. Aguardo o telefone.
Beijão