Giro pela Itália 3 - Sonhando acordado em Veneza
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Gondoleiro cruzando a cidade (Todas as imagens pertencem ao acervo pessoal de Pedro Muriel Bertolini) |
* Por Pedro Muriel
Bertolini
Amigos, hoje é dia de falar de
Veneza, uma cidade que desperta o imaginário de muita gente por sua beleza e
pela singularidade de seus canais. Na minha opinião, diferente das outras cidades italianas, ela deve ser apreciada sem se estabelecer
um roteiro fixo de lugares para conhecer. O ideal é ir andando sem rumo, parar
para comer uma massa e terminar com um belo gelato com pedaços de chocolate.
Para chegar à cidade, pegamos
um vaporetto, o barco que faz o papel de transporte público da cidade. Não é o
transporte mais barato do mundo, mas é totalmente acessível, contando com uma
rampinha e lugar reservado para cadeirante. Com o bilhete de 6, 50 euros,
você tem direito de andar no vaporetto por 50 minutos, podendo descer e voltar
a usá-lo depois. Também existem bilhetes que dão direito a 12 e 24 horas de
uso.
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Paulinho e Pedro a bordo do vaporetto |
O trajeto do porto de Veneza
até a cidade propriamente dita dura uns 30 minutos e é muito bacana. É
emocionante cruzar o grande canal e avistar a cidade, parece que estamos
sonhando, tamanha a magnitude do lugar.
Ao chegar, já notamos várias
barraquinhas vendendo souvenirs. Essa
parte da cidade tem várias lojinhas, todas muito bonitas, acessíveis e
abarrotadas de turistas.
Circulando pela cidade, me
encantei com a arquitetura e as cores dos prédios, todos cercados por água, o
que, cá entre nós, é muito peculiar. A gente vai andando, entra em uns
bequinhos e acaba se deparando com a água mais uma vez. Em uma dessas andanças,
já com a barriga pedindo socorro, encontramos um restaurante muito
charmoso. A experiência de comer em Veneza ocorre na área externa dos
restaurantes, de onde se pode apreciar os pequenos canais e o constante movimento
das gôndolas. Comemos uma deliciosa pizza e partimos para a famosa Praça de São
Marcos, sem dúvida um dos pontos altos da viagem.
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Restaurantes ao ar livre |
Como nem tudo são flores, há
duas pontes para se chegar à praça, o que dificulta se o cadeirante está
sozinho. No meu caso foi tranquilo, pois meu irmão já tem prática de subir
alguns degraus com a minha cadeira. Em uma das pontes, tem uma rampa por cima
dos degraus, mas o cadeirante vai precisar de ajuda do mesmo jeito, pois é íngreme.
Se você não quiser passar por esse desafio, tem a opção de pegar o vaporetto
e descer depois das duas pontes. Simples e fácil.
Mas eu acho que vale muito a pena
o esforço de subir, uma vez que uma das pontes é a famosa Ponte dos Suspiros, que fica
em frente ao primeiro prédio construído com o intuito de ser uma prisão. Reza a
lenda que, ao atravessarem a ponte, os prisioneiros suspiravam de tristeza ao
verem o mundo externo pela última vez. A visão que se tem dali é surreal!
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Ponte dos Suspiros |
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Paulinho e Pedro curtem a maravilhosa vista da Ponte dos Suspiros |
Após vencer as pontes, chegamos
à Praça de São Marcos, um local cheio de encantos. O primeiro lugar que me
deixou de queixo caído foi o Palazzo Ducale, um palácio gótico veneziano de
deixar qualquer um sem palavras.
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A grandiosidade do Palazzo Ducale |
Mais adiante, encontramos a Basílica de São
Marcos, um marco da arquitetura bizantina. A basílica é cheia de mosaicos e
afrescos maravilhosos, é muita beleza em um lugar só. Se você não for
cadeirante, estará em apuros, pois a fila para conhecer o interior da
basílica é gigante e vai te fazer passar muita raiva. Não tem como escapar dos
turistas em Veneza, eles brotam aos montes, de todas as direções.
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Afrescos da Basílica de São Marcos |
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Basílica de São Marcos |
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Campanário de São Marcos |
Outro ponto forte da praça é a
Torre do Relógio, onde encontramos um grande relógio com os signos do zodíaco.
A praça é cercada por lojas e cafés, um mais bacana que o outro. Se você gosta
de música clássica e jazz, assim como eu, vai ficar encantado com a banda que
se apresenta no centro da praça. Música gostosa e músicos precisos. Por fim,
mas não menos importante, podemos destacar o Campanário de São Marcos, uma bela
torre de quase 100 metros de altura, um símbolo de Veneza. A praça, por si só,
é um lugar mágico, parece que o mundo se junta ali para prestar homenagem à
grandiosidade que essa cidade representa.
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Relógio com o zodíaco |
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Banda tocando na Praça de São Marcos |
Veneza é composta por
aproximadamente 400 pontes, mas uma ganhou bastante destaque entre elas: a
Ponte Rialto! Tem o formato de um arco e é linda. Por muitos anos, foi a única
forma de ligar os dois lados do grande canal. Eu preferi ver a ponte só por
fora, pois tem uma escadaria enorme.
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Parte da Ponte Rialto |
Por fim, andamos sem pressa
pela cidade, vimos uma feirinha com vários pintores e desenhistas e tomamos o
melhor gelato de nossas vidas. O sorvete era uma coisa de outro mundo e tinha deliciosos
pedaços de chocolate. Imperdível!
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Roberta, mãe do Pedro, em um restaurante às margens do canal |
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Vista do restaurante |
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Pedro curte a vista do restaurante |
Também gostei muito das
gôndolas, mas preferimos só olhar mesmo, pois o preço é uma exploração, e eu teria
que sair da minha cadeira de rodas, o que não estava muito a fim de fazer.
140 euros por pessoa! Olha o assalto aí, gente! Eu não sou uma pessoa pão-dura,
mas acho que o pessoal aproveita demais a empolgação do turista. Ficaria em uns
1200 reais para andarmos 50 minutos!
Veneza é, sem dúvida alguma, o
lugar que mais me encantou na Europa, de longe. A cidade não é tão inacessível
quanto o pessoal fala, dá para o cadeirante ser feliz e conhecer bastante
coisa.
No próximo post, falarei sobre
a lendária Roma, não percam! Arrivederci!
*Pedro Muriel Bertolini
é cadeirante, tem 26 anos,
é cadeirante, tem 26 anos,
é formado em Relações
Internacionais
e apaixonado por viagens e
livros.
Para saber mais sobre ele,
clique aqui.
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* Florença
Pedro, você está muito bem como cronista de viagem. Parabéns pelos textos, agradáveis de serem lidos, de deixar água na boca ou o queixo caído - no primeiro caso, pela descrição das pizzas, massas e gelatos - na no segundo, pela descrição da beleza arquitetônica, histórica e artística.
ResponderExcluirDênio, fico muito feliz com o seu comentário! :)
ExcluirAbração,
Pedro Muriel Bertolini
Adorei ler as descrições também gostava muito de conhecer mas estou com receio...sempre ouvi dizer que veneza era tudo menos acessível. E em relação a transportes? aeroporto - centro?
ResponderExcluirOlá, Marisa! Obrigada pela visita ao blog Cadeira Voadora.
ExcluirSegundo o texto, que é do Pedro, o transporte é feito por vaporeto e é acessível.
Bjo!