Restaurante Oroboro, em BH – Acesso para cadeirantes


Esta simpática casa no Bairro Serra, em Belo Horizonte,
 abriga o restaurante Oroboro
Gosto de curtir os amigos e também de uma boa mesa. Felizmente, de vez em quando dá pra unir esses dois grandes prazeres. Assim foi neste sábado, 19. Fomos Onofre e eu traçar um cuscuz marroquino com frango marinado, escoltado por canela, cardamomo, açafrão, tâmaras, avelãs, azeitonas, hortelã, zattar, gergelim… 

Quase não acreditamos que estávamos comendo algo tão bom. Só poderia mesmo ter saído das mãos e da cabeça do Rommel Couy, o chef proprietário do restaurante Jerimum, que se localizava em Macacos*, perto de Belo Horizonte, e foi transferido para o Bairro Serra, aqui na Capital, agora com o nome Oroboro.

Rommel Couy idealizou a casa e é quem comanda a cozinha. 
A cozinha não mudou nada: a qualidade permanece nos ingredientes selecionados e nos temperos autênticos. A atmosfera do local continua convidando às refeições que duram horas, que para mim se tornaram uma necessidade diante da correria diária. Jardim, fotos antigas, estilo, boa música, papo agradável: tudo isso você encontra lá.

“Minha comida continua igual, com ênfase nos frutos do mar e no peixe, sempre sem carne vermelha, frituras ou enlatados. Muita especiaria, pouco sal e pouco óleo. Não é cozinha natural, as influências são asiáticas, mediterrâneas e brasileiras”, conta Rommel ao crítico gastronômico Eduardo Girão, em reportagem para o jornal Estado de Minas

Ah, mas é claro, você quer saber sobre a acessibilidade. Eu também quis! Já era fã do Jerimum, que era tudo, menos acessível para cadeirantes (com exceção do banheiro, imenso). Assim que o Rommel anunciou a inauguração em Belo Horizonte (as obras duraram nove meses), encaminhei um e-mail perguntando se era acessível. Ele respondeu: “Laura, claro, com rampa e com ambos os banheiros adaptados também!”


A rampa de acesso é um pouco íngreme, mas, se seu 
acompanhante não conseguir auxiliá-lo, certamente um 
funcionário do restaurante poderá fazer isso.  

Fomos Josane e eu conferir, numa noite muito agradável de outubro. Rampa um pouco íngreme, mas perfeitamente possível de transpor. Pequeníssimo desnível na porta de entrada. Sem problemas... Comemos maravilhosamente, bebemos, e, na hora de ir ao banheiro, surpresa! Barras de segurança, pia sem coluna, mas, ao tentar fechar a porta, não havia espaço, ela batia na cadeira de rodas. Chamei o Rommel, que ficou consternado diante da “novidade” e se propôs a fazer as mudanças o mais breve possível. Segundo ele, dei bomba no banheiro…

Papo comprometido por causa do cuscuz, que roubou 
toda a atenção (e ocupou a boca, claro)
(Foto 
tirada pelo Odinilson, o maître)
No sábado, conversamos novamente e ele disse que em duas semanas já terá instalado uma porta de correr, o que tornará o uso do toilette viável para cadeirantes com “veículos” de qualquer tamanho… Por ora, você terá de entrar na cabine e alguém precisará retirar a cadeira e fechar a porta para você. Não é o ideal, mas também não inviabiliza o uso. Para mim, é possível. Mas cada um é cada um.

Atualização em 28/10/2012: Voltei hoje ao Oroboro, e o problema do banheiro foi resolvido. Rommel instalou uma porta de correr fechando todo o espaço das cabines masculina e feminina e o lavabo. Dessa forma, você pode usar uma cabine ou outra, sem fechar a porta interna, fechando apenas a de correr. Funcionou. 

Há mesas de vários estilos, que permitem aproximação frontal da cadeira de rodas, sem empecilhos. E é possível estacionar na porta do restaurante. 

O fato é que tudo no Oroboro é compensador para aqueles que apreciam uma culinária mais sofisticada, com ingredientes selecionados, aroma, sabor. E para quem acha que também são importantes o “clima” e a beleza. É o seu caso? Vá correndo conhecer!


Cuscuz: lindo, perfumado, saborosíssimo!
(Foto: Laura Martins)


Restaurante Oroboro
(clique no nome para ser redirecionado)
Rua Monte Sião, 43, Serra
(31) 3547 -73 65

Oroboro no Facebook

*Macacos é o nome pelo qual é conhecido o distrito de São Sebastião das Águas Claras, que fica em Nova Lima, distante 25km de Belo Horizonte.

(Fotos retiradas do Facebook do restaurante, exceto quando indicado.)





Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Londres para pessoas com mobilidade reduzida

Mercado Central de BH: tradição das Minas Gerais ao alcance das nossas rodas

Parque Ibirapuera (SP) para cadeirantes