Aruba: passeios para cadeirantes parte 2


Baby Beach (Foto: João Martins)

Neste post, você vai conhecer Baby Beach, Oranjestad e o Farol Califórnia, passeios possíveis para os cadeirantes que tiverem o bom senso – e o bom gosto – de ir passar as férias em Aruba!

Baby Beach

Esta praia é boa para cadeirantes porque o mar é bem raso na entrada e não tem ondas nem correntes, pelo fato de ser uma enseada protegida por barreiras de coral. 

A Bel, uma brasileira que mora em Aruba e mantém o excelente blog Aqui em Aruba, explica pra nós a origem dessa característica de Baby Beach:

“Baby Beach e Rodgers Beach são duas praias que ficam ao lado da refineria Valero, em San Nicolas. Nos anos 30 do século XX, elas ficavam dentro de um condomínio fechado onde moravam altos funcionários dessa empresa. E os moradores desse condomínio resolveram fechar uma parte da praia com concreto e pedras para que ela ficasse mais protegida da forte correnteza daquela zona. Com o tempo, essa enseada foi enchendo com areia, o que deixou o mar bem rasinho dentro dela e recifes se formaram fechando a enseada ainda mais. E assim, com a colaboração dos homens e da natureza nasceu Baby Beach, uma das praias mais famosas de Aruba.”

Seroe Colorado (Foto: Laura Martins)
Não é muito fácil chegar lá, mas também não é nada traumatizante, e você vai ver que vale a pena, e como vale!... O fato é que essa praia fica no extremo sudeste da ilha, na região denominada Seroe Colorado, e a sinalização em Aruba, você já sabe, deixa muito a desejar. Como eu falei em outro post, compre um bom mapa ou imprima as indicações que a Bel oferece no blog. Aqui.

O percurso até essa praia não deixa de ser, também, uma forma de conhecer Aruba por dentro.  Teremos oportunidade de ver, por exemplo, as casas dos moradores, cada qual com seu próprio estilo – algo fácil de entender, uma vez que há pessoas de tantas nacionalidades habitando a ilha! Mas não é muito comum ver pessoas na rua, porque o sol castiga e também porque, como a Bel explica, não há calçadas, então o risco de atropelamento é grande.

Ao nos aproximarmos da região das praias em Seroe Colorado, as paisagens ficam muito bonitas. Mas, como a perfeição não existe, vamos cruzar com a horrenda usina de Valero, construída muito, muito antes de Aruba ser um destino dos que procuram beleza e paz.

Depois de percorrer toda a ilha, o impacto da paisagem.
(Foto: Laura Martins)
Antes de alcançar Baby Beach, é preciso passar por Rodgers Beach. Puxa vida! A visão do mar, neste momento, por causa do contraste com a paisagem com que nossos olhos se acostumaram por cerca de meia hora, é de provocar lágrimas. A beleza dos tons de azul, o silêncio, tudo leva a uma atitude de contemplação e mesmo de reverência.

Paramos, para pisar o solo e ver se aquilo tudo era de verdade e, além disso, registrar com fotos, para que não duvidássemos depois. Logo depois, partimos. Antes de chegar a Baby, ainda passamos por um restaurante simples, mas com boa infraestrutura. Tem rampa de acesso, é plano e tem banheiro que possibilita o uso pelo cadeirante. A comida estava gostosa, com bom aspecto e tinha um preço justo.

Rodgers Beach (Foto: João Martins)



Rodgers Beach em foto de Ulysses Martins


Rum Reef Bar&Grill, entre Rodgers e Baby: boa infraestrutura...


... com rampa (mas tem uma menos íngreme ao lado, que vi depois...
(Foto: Laura Martins)

Rodamos mais um tantinho e vimos o murinho com a inscrição “Baby Beach”. Ufa! Chegamos.


Murinho indicando Baby Beach. Somente ao avistá-lo vc vai saber
que chegou! (Foto: João Martins)

Nesta praia, há poucas palapas (que são públicas), e as barracas e espreguiçadeiras são alugadas por um preço exorbitante. Então, se você pretende gastar seus dólares de outras formas, e se não quiser torrar no sol, ou você chega mais cedo para conseguir palapas vagas, ou divide uma com algum desconhecido. No nosso caso, estendemos nossas toalhas na areia, mas nem usamos. Minha mãe e eu ficamos no mar quase o tempo todo, João Antônio fez snorkel e Ulysses preferiu circular pela área fazendo fotos. Quando nos cansamos, já havia uma palapa vazia, onde ficamos por 10 minutos e em seguida fomos almoçar no restaurante do qual falei acima, pois não dá pra comer no local: só tem junk food – e tudo caro. E também não dá muita coragem de usar os “banheiros”.


Parte da "infraestrutura" de Baby Beach
(Foto: Ulysses Martins)


Segundo o Fábio Valente, aqui, dá pra alugar cadeira de rodas de praia em Aruba. Não fizemos isso. A faixa de areia não é muito estreita, mas o próprio pessoal que aluga as barracas ajuda com a cadeira, se for necessário. Estacionamos a minha cadeira de rodas bem próximo do mar, e, como sou peso-pena, João Antônio me pegou no colo e me colocou dentro d'água. Para sair, me pegou no colo de novo, evidentemente. Mas, surpresa! Alguns ilustres desconhecidos, turistas, ofereceram ajuda. Não precisamos, nós mesmos dávamos conta. Mas estou contando isso para você constatar o que eu sempre digo: bote sua roda para fora de casa e não tenha medo, porque solidariedade existe em todo lugar, desde que você tenha o sorriso bonito como o nosso, é claro!! :)

A água é clara e limpa, e estava morna, deliciosa. Veja as fotos e se anime!

Já ouviram falar numa tal de "felicidade"?
(Foto: Ulysses Martins)


Baby Beach em foto de Ulysses Martins


Foto de Ulysses Martins


Foto de Ulysses Martins


Foto de Laura Martins


Oranjestad

Como eu disse em um dos posts, Oranjestad é a capital de Aruba. Eu acho divertido pensar nisso, pois ela é do tamanho de um bairro.

O centrinho tem arquitetura que imita a holandesa, bem colorida, o que faz com que o local fique bem bonitinho. Há um grande hotel, o Renaissance, com uma galeria que abriga muitas lojas de griffe, como Louis Vuitton e Ermenegildo Zegna. Há também montes de joalherias, feirinha com suvenires, free shops. Não ficamos muito tempo por lá, somente nas proximidades do Royal Plaza Mall, mas deu pra ver que é possível se virar com a cadeira. Veja aqui.

Foto de Ulysses Martins


Foto de Ulysses Martins


Família Martins (faltou Juninho, que não viajou conosco)


Feirinha (Foto de João Martins)


Farol Califórnia

Fica diametralmente oposto a Baby Beach, no extremo noroeste, e relativamente perto de Palm Beach. O acesso precisa ser por carro. Lá de cima, temos uma vista privilegiada, e já vou te dizer por quê. Do lado das praias famosas (Palm Beach, Eagle Beach, Arashi), o mar é calmo e predominantemente azul-turquesa, mas com nuances. Lindo! Na outra face da ilha, onde está, por exemplo, Andicuri Bay, o mar é azul profundo ou verde-esmeralda. E, do alto deste monte onde está o farol, vemos os dois lados, com esse belo contraste de cores. Gente, é deslumbrante!

Foto: Laura Martins


Foto: Ulysses Martins


Lá você encontra água de coco, que bênção! E tem um restaurante bacana, mas é preciso fazer reserva.

Localize-se: Farol Califórnia (extrema esquerda), 
Oranjestad (no meio, embaixo) e Baby Beach (extrema direita) 

No próximo post, o último desta série, falo sobre os maiores desafios da viagem: companhia aérea e aeroportos. Não é a toa que ficaram por último. Mas não se assuste: não há nada que possa inviabilizar sua viagem!

Como não amar Aruba?
(Foto: Ulysses Martins, em Oranjestad)


Mais, muito mais sobre Baby Beach:


E sobre passeios:

Aruba: one happy island (em português)


Comentários

  1. Menina adorei as dicas!!A gente que é cadeirante tem medo de ir viajar ,pelo fato de n ão conseguir chegar em praias e tal.Mas adortei a dica,bjss querida

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A gente tem medo mesmo, Aldrey. Por isso é que precisamos compartilhar nossas experiências!
      Obrigada pela visita. Beijos!

      Excluir
  2. Laura querida, obrigada pelas boas referências nos seus posts. Sabe que andei visitando a área externa de TO-DOS os hotéis da orla marítima no último mês e sempre eu acabava pensando em cadeirantes e como seria prático para eles. Está faltando tempo para eu fazer o post, mas tem alguns bem legais. Inclusive tirei foto de várias palapas exclusivas para cadeirantes, como aquela que vc ficou no Radisson. Daqui a 9 dias vou para o Brasil, vamos ver durante as férias eu consigo organizar meus pensamos num post a respeito.

    Vc ainda tem mais posts sobre Aruba?

    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bel, que bacana! Isso significa que nós cadeirantes vamos ter mais informações para facilitar nossa vida em Aruba! Vamos aguardar seus posts ansiosamente. Já tem fila de cadeirante querendo voar para a ilha...

      Vc vem para qual cidade? Não vai dar uma chegadinha a Belo Horizonte? Se vier, aceito uma visita!

      Beijos

      Excluir
    2. Bel, só agora vi que não respondi a sua última pergunta. Vou fazer apenas mais um post sobre a viagem a Aruba, falando sobre cia aérea e aeroportos. Bjs!

      Excluir
  3. Oi Laura parabéns pelo Blog.
    Cheguei pelo post do Riq no Viaje na Viagem.
    Vou relatar um fato que me alertou para a dificuldade de ser tratado dignamente neste país:
    Ano passado por motivo de saúde a Juliana (minha esposa) teve que fazer uma cirurgia ortopédica em São Paulo e no voo da volta pra casa no aeroporto de Florianópolis, que não possui finger, ela passou uma das situações mais constrangedoras, que foi ser carregada por dois funcionários da empresa aérea, pois a cadeira adaptada pra descer escadas do aeroporto estava estragada.
    Vergonha demais deste nosso país, minha cidade e etc.
    Infelizmente somente necessitando e que vemos as falhas e dificuldades destas pessoas em nosso país.

    Sucesso, muitas viagens e dicas aqui no Cadeira Voadora!!
    @GusBElli

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É um prazer receber sua visita, Gustavo! Não conhecia seu blog; vou dar uma conferida!

      Esta situação pela qual a Juliana passou é corriqueira nos aeroportos, lamentavelmente. E não só nos brasileiros. Às vezes há finger, mas nenhum está disponível no momento, e então também temos de ser carregados. Com chuva, então, o risco é imenso.

      Ainda vamos conseguir nos unir para combater esse tipo de desrespeito. Assim, de fato, não é possível!

      E vc tem razão: a gente só costuma ver esse tipo de coisa quando vive a situação, ou acompanha uma pessoa com deficiência. Por isso é preciso dar visibilidade a essa questão.

      Grande abraço!

      Excluir
  4. Laura,
    Aruba é o país caribenho mais tranquilo para cadeirantes que conheci. A água é calminha (ao contrário de Punta Cana, que é outra cidade de outro país caribenho), o país é pequeno, que dá para você alugar um carro e conhece-lo em um ou dois dias por ter uma extensão, se não me engano, 30 km, os locais são planos e, na maioria dos hotéis, há quartos amplos, claro que não totalmente adaptados para pessoas com deficiência, longe disso. O hotel onde fiquei, Westin Aruba, (www.westinaruba.com), é "pé na areia". Porém, comprei uma cadeira especial para andar em praias (http://www.cavenaghi.com.br//lojavirtual/default.asp?cat=28&sub=77) que é muito fácil entrar no mar. Entro com ela e tudo. A cadeira comum possui rodas finas e isso dificulta a tração na areia. A noite de Aruba também é muito agitada com shopping, lojas, bares e tem uma casa que é inusitada, o Senor Frog´s (http://www.senorfrogs.com/). Vale a pena visitar, mesmo sendo casados ou namorados. ~

    País imperdível de se visitar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Eduardo!

      Obrigada pela visita e pelas dicas! Aruba é muito legal mesmo. E, de fato, a noite é bem animada, particularmente em Palm Beach!

      No hotel onde fiquei, como já contei em um dos posts, eles têm uma cadeira anfíbia para empréstimo. Com ela, passeei bastante pela praia e também entrei no mar.

      Vc levou a sua para Aruba?

      Abração!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Londres para pessoas com mobilidade reduzida

Mercado Central de BH: tradição das Minas Gerais ao alcance das nossas rodas

Parque Ibirapuera (SP) para cadeirantes