Aruba: passeios para cadeirantes


De carro, é possível conhecer várias praias.
Aqui é Rodgers Beach.

Para começar, um pouco sobre a ilha

Eu deveria ter falado sobre a ilha no primeiro post, mas não me lembrei. Então, isso será feito agora…

Aruba fica no mar do Caribe, na América Central, bem perto da Venezuela, fora da área dos furacões. Faz calor o ano todo e chove muito pouco (parece que isso está mudando nos últimos anos, pelo que pudemos constatar na própria pele e em depoimentos de quem frequenta a ilha há longo tempo). A ilha tem aproximadamente 30km de comprimento por 9km de largura, e a capital é Oranjestad (do tamanho de um bairro de Belo Horizonte).





É um território que ganhou autonomia das Antilhas Holandesas em 1986, mas ainda faz parte da monarquia dos Países Baixos. Por causa da colonização, o holandês é a língua oficial, junto com o papiamento, mas os arubianos falam também o inglês e o espanhol. Em algumas lojas de Palm Beach, os vendedores mostraram que entendem português e até arriscaram algumas palavras e frases em nossa língua, mas não vá contando com isso.


Passeios

Aruba tem tantas opções de passeios que você pode se sentir perdido! Vejamos algumas coisas que um cadeirante pode fazer por lá.

Shoppings e compras

Se você ficar no Radisson, basta atravessar a rua, andar uns metros para a direita e vai dar de cara com uma feirinha que acontece a partir das 17 horas, todos os dias, com exceção da sexta. Muitas opções de lembrancinhas, para todos os gostos. No mesmo espaço, mais para os fundos, há uma excelente loja de chapéus, uma de conveniência, outra de presentes.

Se sair do hotel pela esquerda e continuar uns 300 metros, vai encontrar o shopping Paseo Herencia, ao ar livre, com excelentes lojas, cafeteria, bistrô, fontes que “dançam” ao som das músicas, cinema no segundo piso, com elevador, e banheiro acessível para cadeirantes.

Atrás do Herencia, há outro shopping acessível, o Palm Beach Plaza, onde você encontra a loja de cosméticos Penha, com preços mais baixos que os de free-shop.

Em Oranjestad, passeamos em outro shopping a céu aberto, o Royal Plaza Mall, que tem uma bela vista. Também tem elevador, mas o banheiro deixa muito a desejar.

Royal Plaza Mall, totalmente acessível. Em Oranjestad.
(Foto: Laura Martins)
Para chegar ao Royal Plaza, atravessamos na faixa (apagada).
Há rebaixamento de ambos os lados da calçada, e os carros param
assim que você se aproxima...

Uma dica: tanto no aeroporto quanto no hotel, pegue livrinhos/revistinhas com anúncios de restaurantes e lojas, que contêm cupons de descontos ou que dão direito a brindes em algumas lojas, alguns sem necessidade de compra. Também tem anúncios de bares e restaurantes, cujos brindes são drinks! Eba! Os ma-ra-vi-lho-sos drinks de Aruba, encontráveis em todos os lugares: Aruba Ariba, mojito, piña colada, etc...

João Antônio faz cara de "chapado", mas é tudo mentira, porque
os coquetéis, na maioria dos lugares, quase não têm álcool,
a não ser que vc peça ao garçom para dar uma "turbinada"

Não compramos muita coisa, porque os preços estavam altos e, com a alta do dólar, ficou impraticável ficar fazendo compras...

É muito agradável passear pela calçada do mesmo lado do hotel. O paisagismo é bonito e há muita sombra (lembre-se de que o sol em Aruba é inclemente). Há outros hotéis, restaurantes e lojas. Do outro lado da avenida, a calçada é irregular e não há rebaixamentos.

A agradável calçada no J. E. Irausquin Boulevard, que passa
pelos hotéis de Palm Beach... (foto: Laura Martins)

Também é agradável passear no calçadão que fica nos fundos dos hotéis, ao longo da areia da praia. Totalmente acessível.


Bares e restaurantes

Pela pista cimentada que passa na areia da praia, em Palm Beach, temos acesso ao De Palm Pier, onde está o bar Bugaloe. Fica bem em frente aos fundos do hotel RIU. Foi colocado um tapete comprido sobre a areia, o que torna o acesso tranquilo para a cadeira de rodas. Fomos quase todos os dias, para “almoçar” gostosos combos de frutos do mar, contemplando os vários tons de azul do mar de Aruba. Ah, claro: com o acompanhamento dos indefectíveis drinks, que podiam ser pedidos com gelo ou com frozen.

De Palm Pier. Sua cadeira vai lá, com certeza.
(Foto: Laura Martins)
Um dos gostosos combinados do Bugaloe, com
lula, wrap de caranguejo e camarão com coco.
(Foto: Laura ou Ulysses, não sei...)
O Bugaloe não tem nenhuma sofisticação, mas o astral é ótimo, 
o atendimento é simpático, a comida é caprichada e o visual 
é lindo. Imagine o pôr do sol... (foto: Ulysses Martins)

Fomos a vários bares e restaurantes, mas os nossos preferidos foram:

Pinchos

Pinchos (foto divulgação)
Também fica num píer, em Oranjestad. A vista é de encher os olhos e chega a comover (desculpem-me, sou muito emotiva! rsrsrs). Fomos à noite. O acesso para cadeira de rodas, até chegar ao píer, é uma tragédia. E no píer, as tábuas têm um espaço entre uma e outra, o que torna a circulação com a cadeira instável. Nem pense em deixar cair cartão de crédito, anéis, etc. Se acontecer isso, trate de contratar o Nemo para procurá-los no mar.

Mas a comida estava realmente especial, e valeu a pena vencer os desafios, com a ajuda sempre impagável de João Antônio, Ulysses e Lilia.

Papillon

Restaurante de comida francesa, quase em frente ao hotel. O atendimento é impecável: simpático e gentil sem ser afetado. Ambiente bonito, comida excepcional, drinks exclusivos e deliciosos, como um que tomamos, com martíni e mirtilo fresco.

Ao contrário do que se poderia imaginar, nenhum dos funcionários fala francês, “somente” inglês, espanhol e, uma das garçonetes, holandês.

Sopa de pescado do Papillon em bonita apresentação...
Como diz minha colega Edelves, "beleza põe mesa"!
Sobremesa do Papillon, com frutas, sorvete e calda de chocolate


Menu early bird no Papillon (das 17 às 19h): entrada, drink,
prato principal e sobremesa por preço fixo. Tudo estava 10!

Inusitado

Se você curte rock, não deixe de ir ao Hard Rock de Aruba, que guarda uma relíquia: uma guitarra tocada por Paul Stanley, do Kiss. E, se curte cassinos, encontrará montes deles, em todos os lugares, inclusive no hotel.

Ulysses babando com a guitarra do Paul Stanley
(cá pra nós: com razão!) foto: João Martins

Importante: No site abaixo, você encontra uma lista de restaurantes acessíveis para cadeira de rodas. Não confie e ligue antes para confirmar, pois o Pinchos está na lista, e não tem nada de acessível, a não ser o fato de que o píer é plano.


Natureza

A fim de conhecer outras praias, assim como o interior da ilha, alugamos carro duas vezes. No Radisson, há um balcão da Hertz, e foi lá mesmo que resolvemos tudo, para facilitar nossa vida e sobrar mais tempo para passear. Você pode também comprar os passeios nas agências, mas alugando carro fica mais barato e, claro, mais confortável. Por outro lado, é preciso estar ciente de que Aruba é muito mal sinalizada, e os mapas não são muito esclarecedores. Passe em uma loja e compre um bom mapa (não vimos carro com GPS, nem sei se adiantaria alguma coisa, porque muitas estradinhas são de terra, bem estreitas. E, para ir a alguns lugares bacanas, só de 4 x 4).

No primeiro dia, cortamos a ilha para conhecer Natural Bridge. Até chegar lá, foi uma sucessão de paisagens para nunca mais esquecer. Deserto, cactos, formações rochosas peculiares, ruínas. E, de repente, eis que o mar do sudeste da ilha se abre a nossa frente, com seu aspecto selvagem, ondas fortes, e um tom azul profundo. Cheguei a soltar um grito quando a paisagem surgiu... É realmente tocante. Do outro lado da ilha, onde está Palm Beach, o mar é calmo, e o tom é azul turquesa, mas com várias nuances.


Ulysses captou esta bela paisagem do interior da ilha. Fique
esperto: Aruba tem muitos atrativos além das praias!

Meu olho se encheu de água quando vi esta paisagem,
em algum lugar perdido de nome Andicuri ou coisa assim.
(Foto lindíssima: João Martins)


Eu era sinônimo de deslumbramento...
(foto: João Martins)

Rodando mais um pouco, surge a decepção com Natural Bridge: lixo, lixo e lixo. O que é o ser humano, hein? Transformar uma paisagem daquelas num depósito de lixo. E onde está o poder público que não faz nada? Não limpa, não faz campanha de sensibilização, não pune. Não dá para acreditar que isso ocorra num lugar totalmente dedicado ao turismo.

Mas havia uma boa surpresa: nesse fim de mundo, havia um local com venda de lanches, graças a Deus, porque nossos víveres consistiam de duas bananas, uma garrafa de água e uns biscoitos. Ah! Havia rampa na porta, depois três degraus (!), banheiro com adesivo com o símbolo de acesso, na porta do qual minha cadeira quase não passou. E tive de escalar o vaso sanitário. Mas o fato é que estávamos no meio do nada, então qualquer coisa seria uma grata surpresa.

No próximo post, Oranjestad, Baby Beach e Farol Califórnia. Aguarde!!

Para terminar, esta bela foto de Ulysses Martins, mostrando uma nesga de mar parecido com papel celofane...





Comentários

  1. Que legal que você foi para aquela parte da ilha, Laura! Ainda estou devendo um post sobre o Park Arikok e a Natural Bridge. Apesar de eu gostar do Ricardo Freire, que aliás manda muitos leitores para o meu blog com os links, eu tenho uma bronca que no site dele, ele não recomenda ir para o lado leste da ilha porque não vale a pena.

    Eu acho que é uma das partes mais singulares de Aruba, já que praia, muitas outras ilhas do Caribe tem. Da última vez que eu fui à Natural Bridge (1,5 ano) não tinha lixo não, que pena!

    Continuo acompanhando seus posts!

    Um abraço

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    Respostas
    1. Oi, Bel! Pois eu recomendo fortemente que as pessoas conheçam esta parte da ilha! Vale a pena - e muito.

      Depois vou postar mais fotos, para ajudar a convencer... rsrsrs

      Havia de fato muito lixo na água, em Natural Bridge... Isso é lamentável, não é mesmo?

      Grande abraço (continuo lendo seu blog)!

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  2. AMEI LAURINHA ,,,, PARAISO - PALM BEACH - DE PALM PIER - BAR BUGALOE ... pratos deliciosos .... dicas preciosas .... amei de paixao beijos. ELAINE

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    Respostas
    1. Que bom que gostou, Elaine! Obrigada pela visita!

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