João Pessoa de cadeira de rodas – Parte 3 – City tour e restaurantes
Eu e Lilia curtindo a brisa gostosa do final da tarde, no Café Euro. |
Fizemos o city tour logo no
início da viagem. Como já contei, quem nos acompanhou foi o guia Fernando, da
Lucky Receptivo, que também era o motorista. Não. Na verdade, era o anjo da
guarda. Não fiz esforço para nada, nem mesmo para transferências
automóvel-cadeira-automóvel. Fernando me tirava do automóvel no colo e me punha na cadeira,
e vice-versa. E empurrava a cadeira nos trechos mais difíceis. Ele de fato
tornou nossa viagem muito, mas muito mais confortável e agradável.
Passeamos de carro pela orla de
Cabo Branco, limpíssima, bem cuidada. Chamam a atenção as belas residências com
muros baixos, sem as cercas eletrificadas às quais nos acostumamos (que
miséria!) em outras cidades. Nos indicaram bons restaurantes na região, aos
quais não comparecemos por falta de tempo! Duvida? Veja só: achamos que não haveria
nada para fazer na cidade, então ficamos somente uma semana. Da próxima vez,
com certeza, ficaremos mais. Além disso, o turismo para uma pessoa com
dificuldade de locomoção costuma ser slow:
temos necessidades especiais e limites que precisam ser respeitados com vistas
ao nosso bem-estar. Comigo é um pouco “pior”: além dos limites físicos, eu gosto mesmo do slow travel. Curto saborear os detalhes, as paisagens, conversar
com as pessoas, desfrutar a comida. E, em cidades litorâneas, “perder tempo” contemplando
o mar. Como diz a Claudia Carmello, no delicioso blog Um outro modo de viajar, “ganhar
tempo eu ganho em casa, né não?”. É sim, Claudia.
Não descemos em todos os
lugares. O bacana do city tour é exatamente que ele te permite dar uma olhada para decidir
onde você gostaria de retornar com calma e com bastante tempo. Também é legal
para verificar que locais têm acesso para cadeira de rodas.
Estação Cabo Branco de Ciência, obra de Niemeyer, com vidros que refletem o belo entorno. Foto: Laura Martins |
Após passear pela orla,
atingimos a Estação Cabo Branco de
Ciência, Cultura e Artes, bela obra de Niemeyer. A construção é hexagonal, com
vidros que refletem o entorno. Atrás, fica o Farol do Cabo Branco, o ponto mais
oriental das Américas, onde o sol nasce primeiro. Paramos o carro e subimos um
trecho bastante íngreme (Fernando empurrando a cadeira, você já deve ter
imaginado). A vista é muito bonita e
revela um mar verde e calmo. Vale a visita.
Farol do Cabo Branco, em foto do Fernando. |
Em seguida,
partimos para conhecer o centro histórico. As construções valem o passeio: não
se esqueça de que é a terceira cidade mais antiga do país. Clique aqui para conferir dicas de onde ir.
Igreja N. Sra. do Carmo. Foto: Laura Martins |
Convento de S. Francisco. Foto: Laura Martins |
Visitamos também a Casa do Artista Popular, que não fazia parte do city tour, mas, como nos havia sido
indicada num posto de informações turísticas como o local do autêntico
artesanato da Paraíba, pedimos para ir até lá. Não nos arrependemos. Trata-se
de um museu que reúne obras representativas, desde rendas e cerâmicas, até
esculturas e bonecas de pano. Nada está à venda, e não é permitido tocar nas
peças. Fomos acompanhadas por uma simpática monitora, que nos ofereceu inúmeros
esclarecimentos sobre as obras. Há apenas um degrau no portão de acesso, e o
cadeirante entra por uma rampa lateral. Banheiro acessível. Em minha opinião,
imperdível.
Peças na Casa do Artista Popular. Foto: Laura Martins |
Na Casa do Artista Popular, painel com pontos de bordado |
Cerâmica na Casa do Artista Popular. Foto: Laura Martins |
Finalizamos o passeio no
Mercado de Arte Paraibano, com tantas lojas de artesanato que fica impossível
visitar em poucas horas. Há rendas, bordados, roupas, cerâmica, mas é preciso
olhar com calma, porque a qualidade varia muito. No primeiro piso, há quiosques
onde é possível tomar um cafezinho ou curtir uma refrescante água de coco. Para
o andar superior, uma rampa longa e íngreme, mas é rampa, e não escada,
felizmente. Em todos os andares, banheiros acessíveis e limpos. Isso mesmo:
limpos! Corredores largos permitem a circulação com tranquilidade. Os preços
variam ao infinito.
Pertinho do Hotel Tambaú
(saindo do hotel, atravesse a avenida; está à direita), há uma feira de
artesanato. Mas não tão variada como a do Mercado.
Restaurantes
Dos restaurantes que visitamos,
dois merecem referência, mas você vai encontrar muitos outros, com certeza.
Os funcionários vestem trajes
de cangaceiros, coitados! Com um calor de rachar… Mas tudo pela ambientação
típica, né?!
Dá pra entrar com a cadeira de
rodas, embora o espaço entre as mesas seja limitado. Por isso, vá mais cedo,
para não pegar o restaurante muito cheio. Do contrário, não dá pra circular. O salão
é aberto e ventilado, e há uma parte fechada com vidro, climatizada. As mesas
são compridas, de madeira, com bancos também compridos. Mas há pequenas mesas
redondas, com possibilidade de serem usadas por cadeirantes.
Há um imenso e
mega variado bufê com comidas típicas, e é por isso que o restaurante de fato
vale a pena, especialmente para quem come carne vermelha, porque há vários
pratos com bode (eca!) e carne de sol. Minha mãe curtiu… Eu comi camarões e
saladas. Na entrada, um balcão com itens da padaria do restaurante (leve para o seu lanche da tarde!), prateleiras com doces e... castanhas de caju caramelizadas! Meu Deus, que delícia!
Pertinho do Hotel Tambaú, o Canoa
tem rampinha na entrada e ambiente climatizado. Garçons gentis, mas serviço lento.
Comida gostosa e bons preços. Adorei o caldinho de peixe: substancioso, tempero
delicioso e baratíssimo (acho que foi R$ 3,50). Minha mãe foi de rodízio de
camarões, uma pechincha: R$ 35,50 por pessoa.
Café
Euro
Também fica perto do Hotel
Tambaú. Vá até a feirinha de artesanato, entre por trás (onde fica uma loja de
conveniência), à direita. Bastante agradável e bons itens no cardápio, mas serviço fraquinho. Batíamos
ponto lá toda tarde, para um café expresso ou uma bebida gelada. Mesas no nível
da calçada.
No próximo post, o passeio para ver o entardecer ao som do Bolero de Ravel. Não perca de jeito nenhum!
Entardecer na Praia do Jacaré. Bonito, né não? Foto: Laura Martins |
Tudo o que você precisa saber
para viajar a João Pessoa está aqui:
Posts
anteriores:
Laura
ResponderExcluirAdoro J.Pessoa e ir a Tambaba é imperdível!
Parabéns pelos 3 posts.
Bjs
Saulo
Obrigada, Saulo!
ResponderExcluirNão fui a Tambaba, e esse é mais um motivo pra eu voltar a João Pessoa...
Beijos!