Paris – Parte 2 – Aonde dá pra ir sozinho de cadeira de rodas? – Louvre
Museu do Louvre (imagem do Google) |
Quando viajo, sempre me ocupo em saber aonde posso ir sozinha,
tocando minha cadeira de rodas. Afinal, nem sempre nossos acompanhantes desejam
ir ao mesmo lugar que nós, não é mesmo? Além disso, às vezes viajo só. Quando
fui a Paris (em outubro de 2008), estava ciente de que ficaria três dias
sozinha, porque meu acompanhante, o Guile, não teria condições de ficar comigo todos os dias.
Planejei bastante antes de sair do Brasil, navegando pela internet
e checando a acessibilidade dos locais. Com o Google Street View*, foi possível ver antecipadamente alguns lugares que gostaria
de conhecer, a fim de tomar decisões mais adequadas. Assim, definimos que, acompanhada, eu iria a pontos menos acessíveis, contando com a ajuda do Guile. Na sua
ausência, escolheria locais adaptados para pessoas com mobilidade reduzida.
É claro que perambular sozinho vai depender do grau de autonomia
do cadeirante. Se ele não consegue tocar a cadeira, e não tem uma motorizada ou um scooter,
aí, claro, fica difícil. Mas se pode se locomover razoavelmente bem e consegue
fazer transferências sozinho para usar o toilette,
por exemplo, as outras coisas ficam mais fáceis, mesmo porque é possível pedir
ajuda a taxistas, seguranças e mesmo a qualquer pessoa, se você não for tímido (o meu caso!).
Então, compartilho com vocês uma pequena relação de lugares aonde
poderá aventurar-se em uma carreira
solo.
É fácil para um cadeirante se locomover no Louvre! Temos acesso ao interior
pela entrada principal, na pirâmide de vidro. Não precisei pedir ajuda:
seguranças se aproximaram e me indicaram o elevador destinado às pessoas com
mobilidade reduzida, que têm acesso prioritário e sem espera (isso é muito
importante, se você levar em consideração que na maioria das vezes as filas são
imensas).
Esse elevador (parecido com equipamentos do filme Jornada nas Estrelas) te deixa
no andar onde há um balcão de acolhimento, com guias impressos em várias
línguas, inclusive português. Nesse pavimento, você terá acesso a dois outros
elevadores, que te levarão às coleções. Ou pode aproveitar e passear na galeria
de lojas, que te levará à lindíssima pirâmide invertida, conhecida de menor
número de turistas, já que fica mais isolada.
Não é fácil se guiar, mesmo com o mapa, porque a construção é
labiríntica. Mas os seguranças têm toda a boa vontade para dar informações e
auxiliar no que for preciso. Eles chegam, por conta própria, a afastar pessoas
que estão à sua frente para que você possa ver as obras! Foi assim que fiquei cara a cara com a Mona Lisa...
Esta é a pirâmide invertida, à qual se tem acesso pela galeria das lojas, no subsolo do Louvre(Foto: Laura Martins) |
Neste vídeo, você observa o elevador para pessoas com mobilidade reduzida
E há banheiros adaptados, que você pode encontrar utilizando o
mapa do museu. Também há acesso a alguns dos cafés. Portanto, vá sem medo.
Mas não se esqueça de um detalhe importante: taxistas, em Paris, de modo geral não param fora dos pontos de táxi. Não
me lembro se há pontos próximos ao Louvre, porque, como vocês já leram em outro
post, fiquei hospedada somente a uma quadra e meia; então, eu ia “a pé”.
Se não for o seu caso, jamais deixe para pegar táxi no horário do rush, senão correrá o risco de
não voltar para o hotel...
O Louvre é deslumbrante, a começar da arquitetura. Há
controvérsias a respeito da pirâmide de vidro; alguns a abominam. Eu a achei
lindíssima e amei o contraste entre sua modernidade e aspecto antigo do
edifício. Não é possível visitar todo o museu de uma vez, a não ser que você se
contente em passar os olhos pelas obras de arte. Definitivamente, não é o meu
caso. Sou do tipo contemplativo, e penso que qualidade vale mais que
quantidade. Prefiro ver poucas obras, mas curti-las bastante.
A múmia, na ala egípcia, atrai muitos olhares, não só os meus...(Foto: Laura Martins) |
Algumas obras impressionam até mesmo pelo tamanho...(Foto: Laura Martins) |
Para terem uma ideia, chorei de verdade diante dos quadros de Da Vinci, especialmente A virgem dos rochedos. Dei inúmeras voltas ao redor da escultura Eros e Psiquê, de Antonio Canova, pela qual tenho paixão. Também fiquei rodeando a Vênus De Milo, outra paixão. E me impressionou tremendamente a ala egípcia, com seus sarcófagos. Fiquei longo tempo, fascinada, examinando uma múmia…
Eros e Psiquê. Minha câmera ficou sem bateria, então esta imagem é do Google... =( |
Vênus de Milo em foto minha, bem desfocada... =( |
Vi Picasso, Vermeer, a estupenda Vitória
de Samotrácia e tantas,
tantas obras dignas de nota… Entre no site do
museu e admire um pouco, ou muito, esse inigualável acervo.
No próximo post, o Instituto do Mundo Árabe. É imperdível!
*Google Street View é um serviço integrado ao Google Maps, que lhe permite
visualizar lugares nos mínimos detalhes, vendo tudo de perto, como se estivesse
realmente no local.
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