Paris de cadeira de rodas – Parte 4 – Museu Rodin


Hôtel Biron, ao fundo, e jardins do Museu Rodin. (Todas as fotos tiradas por mim.)


Você pensou que meus posts sobre Paris tinham terminado? Se enganou… Ainda há muitas coisas a contar para facilitar a viagem de cadeirantes!

Vamos ao Museu Rodin? Se você, como eu, curte turismo cultural e ama arte, esse é um programa obrigatório. Estar frente a frente com as deslumbrantes esculturas de Rodin não tem preço.

O museu está instalado no imóvel utilizado pelo escultor como oficina (o Hôtel Biron). Mas o grande diferencial é que há obras tanto no interior da construção como espalhadas pelo belíssimo e agradável jardim.

Fui sozinha. Peguei um táxi no Instituto do Mundo Árabe, com um gentil motorista, que teve total boa vontade de me ajudar tanto no embarque como no desembarque. Mas no desembarque nem foi necessário. Como já contei em post anterior, o segurança do museu, logo que viu a cadeira de rodas, se adiantou e tomou conta da situação. Me conduziu até o interior, ele próprio buscou o bilhete de entrada e, a seguir, me ofereceu um folheto explicativo e me deu algumas informações sobre as salas, as exposições, etc. Por fim, me conduziu até o jardim, onde efetivamente começa o programa, e enfim me deixou. Eba! Começava mais uma aventura.


A Porta do Inferno aparece logo atrás do roseiral.


Rodar sozinho pelo jardim é tarefa para quem tem braços fortes e parafusos de menos. Há pedriscos por toda a extensão. Fiz de conta que nem notei — e roda pra frente! Claro que, ao chegar ao hotel, tive de recorrer a uma ducha escaldante, para relaxar a musculatura, e à minha indefectível maletinha de medicamentos, porque tudo doía. Então, não encare esse passeio sozinho. Asseguro que é melhor com um acompanhante!

Mesmo assim, deu pra me virar, e super valeu a pena. Os jardins são realmente especiais, e olhe que era outono, então havia poucas rosas. Mas os tons de verde, amarelo e laranja eram encantadores. Imagine o que seria na primavera… Passear por esses jardins é se deparar com as belas esculturas e se surpreender a cada passo. Para mim, que amei Rodin desde sempre, era o próprio paraíso.

A monumental Porta do Inferno acolhe o visitante na entrada, por detrás das rosas. À direita, O Pensador. Outras esculturas famosas estão lá, como O Beijo, As Três Sombras e A Catedral.


Para fotografar O Pensadortive que aguardar bastante, pois tinha um povo - pasmem! -
empoleirado na escultura, para sair nas fotografias. Não, não eram brasileiros...


Descendo pelos jardins, à direita, há uma cafeteria. Não vale a pena, a não ser que você esteja morto de fome. Era o meu caso. Mas talvez ela seja interessante em épocas com temperatura mais alta, pois há mesinhas no jardim. Seria agradável um lanche do lado de fora, mas não num dia frio...

Havia uma entrada sem degrau, mas a porta estava trancada. Ninguém conseguiu localizar a chave. Por fim, uma senhora se ofereceu para me ajudar a entrar pela porta com degraus (dois, se não me engano). Ela falava em espanhol e inglês, eu em francês, mas conseguimos nos entender perfeitamente! Em um instante eu estava no interior do café, comendo o péssimo sanduíche frio e a péssima salada. Mas o que importava é que precisava de calorias para retornar, pois não há seguranças para te ajudar nos jardins. Também não pude usar o toilette. Estava trancado… Olha a falta que faz alguém para te ajudar nessa hora, a fim de procurar a chave, certamente em poder do segurança na portaria (muito longe para uma “pobre” cadeirante cujos braços não valiam mais nada!).


Descendo pelo jardim, olhe para a direita e observe o belo Domo, onde estão os restos
mortais de Napoleão, bem pertinho...


Pelos jardins, muitas esculturas...


Este é Ugolin, no centro do laguinho.


Voltando pelo jardim, em direção à entrada do museu, quis visitar o interior da casa, com outras esculturas. Tinha uma rampa mega over íngreme. Jamais conseguiria entrar sozinha. Fiquei esperando passar alguém com cara de francês e pedi ajuda. Que bom! Era de fato um francês, compreendeu tudo o que eu disse e me acompanhou até o interior do prédio, aguardando calmamente o segurança procurar a chave da porta à qual a rampa dava acesso. Quem foi mesmo que disse que os franceses são arrogantes e mal-educados?

Magnífico! Assim resumo o Museu Rodin. No próximo post, vou falar do Museu l’Orangerie, onde estão as Ninfeias de Monet. Hahá! Se você não conhece, não sabe o que está perdendo…

E fico devendo uma imagem com a planta do Museu Rodin. Não sei onde está o cabo para ligar meu scanner, e o mapa que encontrei no site do museu não vale a pena. Depois você volta, tá?



Comentários

  1. Oi! Estou esperando o post do Museu l’Orangerie! Cadê as Ninfeias de Monet Laura querida? :D

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  2. OK! Semana que vem faço um post sobre o Orangerie, tá? Prometo! :)

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